Competência 7 de 8 - Dados
“Uma liderança do serviço público na era digital entende como usar dados para informar decisões, projetar e executar serviços e criar valor público dentro e fora do governo.”
Antecedentes desta competência
Os servidores públicos coletam e usam dados desde antes de a palavra 'estatística' ser inventada. As disciplinas de economia, estatística e contabilidade pública cresceram de mãos dadas com o crescimento dos estados burocráticos modernos, perseguindo o ideal de 'criação de políticas baseadas em evidências'.
A dependência do serviço público da matemática pode ser vista na natureza dos principais tópicos educacionais ensinados aos servidores públicos. Poucas pessoas agora conquistam posições de liderança sem pelo menos um mínimo de instrução nos fundamentos de estatística ou economia.
Dada a preponderância de habilidades numéricas na educação atual de relações públicas, pode parecer curioso que nomeemos “dados” como uma nova competência que mereça destaque. Essa não é uma área já 'coberta' pelos cursos típicos de Mestrado em Administração Pública ou de Mestrado em Políticas Públicas ou pela nova onda de cursos especializados em ciência de dados?
Esses cursos fizeram grandes avanços para acompanhar o ritmo da evolução da tecnologia e dos dados. De fato, houve uma explosão de novos módulos e ensinamentos sobre a ciência de dados, a ética de dados, a análise da web, IA e os dados. No entanto, o desafio é garantir que os dirigentes públicos possam fazer boas escolhas sobre quais dessas habilidades precisam ser implementadas em quais circunstâncias.
Isso significa adaptar o ensino aos servidores públicos para que se adéque às grandes mudanças a seguir:
Os tipos de especialistas em dados aumentaram e agora incluem, por exemplo, especialistas em análise da web e especialistas em sensoriamento urbano;
Existem novas fontes de dados que os servidores públicos modernos precisam conhecer, além do domínio tradicional das estatísticas oficiais;
Esses novos fluxos de dados são mais volumosos e mais frequentemente problemáticos em termos de qualidade do que os dados oficiais tradicionais.
Considerando que todas essas mudanças estão em andamento e que ocorrem rapidamente, é importante apoiar os educadores na adaptação de seu conjunto de habilidades para a nova era.
Significado desta competência
Os servidores públicos agora precisam ser capazes de:
● Distinguir os tipos de problemas que exigirão cientistas de dados versus estatísticos ou economistas;
● Identificar quais habilidades serão necessárias para adquirir e limpar dados e quando essas habilidades serão essenciais;
● Entender como a arquitetura e a governança de novos sistemas digitais tornarão os dados mais ou menos fáceis de usar, compartilhar e manter;
● Explicar como a lacuna entre 'dados de política' e 'dados de operações' está diminuindo;
● Antecipar e mitigar problemas relacionados ao compartilhamento de dados dentro dos governos.
Todos os itens acima criarão implicações de segurança, privacidade e ética que são críticas, mas para maior clareza, nós as separamos em outra competência, a de nº 2.
Em última análise, essa competência significa que os líderes do serviço público precisam ser capazes de usar os dados 'de verdade', não 'em condições de laboratório'.
Por que esta competência foi desenvolvida e acordada?
Nossa lista de oito Competências da Era Digital foi criada para complementar competências atuais já existentes, muitas vezes ensinadas em escolas de administração pública ou de políticas públicas. Todas as nossas oito competências, portanto, representam competências que não estão sendo ensinadas aos servidores públicos atuais nem aos futuros ou que requerem alguma atualização para terem sucesso na era digital.
Estávamos preocupados que os elevados requisitos de competências em matemática para muitos cursos de Mestrado em Administração Pública, de Mestrado em Políticas Públicas e de Ciências de Dados pudessem esconder o fato de que o tipo de habilidades matemáticas exigido dos servidores públicos mudou consideravelmente nas últimas duas décadas.
Enquanto uma geração anterior de servidores públicos pensava nos dados principalmente como algo sobre o qual eles poderiam realizar análises, a próxima geração os vê como um estoque e fluxo de recursos poderosos, mas que traz enormes problemas técnicos, éticos e legais. Eles precisam de habilidades relacionadas à arquitetura técnica, RH e estratégia, não apenas à análise direta.
Sugestão de leitura
The Quartz Guide to Bad Data - Christopher Groskopf
Mergel, I., Kleibrink, A., & Sörvik, J. (2018). Open data outcomes: US cities between product and process innovation. Government Information Quarterly, 35(4), 622-632.
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